Sete Sois Sete Luas – XII Festival 2004
(www.7sois7luas.com)
Planície Mediterrânica

Descrição das Actividades

TENDACHENT, com MAURIZIO MARTINOTTI (Itália)
Tendachënt é uma formação italiana nascida na Primavera de 97, como evolução de um dos grupos fundamentais do folk revivalista do Norte da Itália, “La Ciapa Rusa”: vinte anos de carreira, 7 discos editados e concertos em França, Bélgica, Inglaterra, Holanda, Dinamarca, Estados Unidos, Suíça, Canada, Alemanha, Finlândia, Áustria, Espanha, Portugal,Eslovénia,Croácia...Eis alguns dos elementos que constituem o grande curriculum de “La Ciapa Rusa”. Com efeito, Tendachënt é o novo Projecto de Maurizio Martinotti, fundador e líder da Ciapa. Parte do repertório de Tendachënt consiste numa releitura de fragmentos da “Ciapa Rusa”, revestidos de novos e mais progressivos arranjos.

ORQUESTRA ARABO-ANDALUSA DE TANGER (Marrocos)
Este Projecto artístico, que conta com a participação de 8 importantes músicos dirigidos por Jamal Ouassini, tem as suas raízes nos elementos comuns que a cultura musical árabo-cristã e judaica mantiveram para mais de mil anos na Andaluzia, uma região que se tornou como exemplo único de tolerância e convivência entre as culturas das três religiões. O momento central do concerto é a música andaluza, que está muito ligada às escolas de Fes, Meknes, Tetuan e Tanger, surgidas depois da saída dos árabes da península ibérica. O espectáculo esta dividido em quadros, utilizando fragmentos de três “noubes” andaluzas (Iraq Aaj am, Raml El Maya, Gribat El’Hassin) das romanzas sefarditas de Esti Kenan Ofri e dos temas de música antiga cristã de Stefano Albarello. O arranjo, cuidado por Jamal Ouassini, deixa momentos livre em que se permite aos cantores de evidenciar o encontro entre as três culturas e a sua raiz comum.

L’HAM DE FOC (Espanha)
L’Ham de Foc representa um grupo único no panorama do Novo Folk de Espanha: sons do Mediterrâneo com influências do Oriente e da música antiga, realizados com mais de 30 instrumentos acústicos de toda a área do Mediterrâneo, que adquirem um novo sentido no concerto deste genial grupo valenciano. A mágica voz de Mara Aranda e os arranjos de Efrén Lopez criam um ambiente especial, intenso e mágico.

ESTRELA COM NOME DE GENTE (Portugal)
Este CD nasceu do cruzamento de duas vontades e de um prazer comum. Há fenómenos assim, incontornáveis: Filipa Pais (canto), José Peixoto (composição musical) e João Monge (letras). Três personalidades firmadas da música portuguesa que se juntaram para escreverem CD, onde é visível o casamento perfeito das palavras com a música e o canto de Filipa Pais.
O CD de apresentação deste projecto é lançado dia 6 de Setembro 2004, sendo o concerto da Planície Mediterrânica o primeiro grande momento de prova ao vivo, para esta nova proposta nacional. O universo é o da música popular. A raiz mediterrânica. A expressão é universal. As soluções encontradas tiveram como único limite a optimização de cada canção. A escolha dos músicos revelou-se acertada e gratificante, a Filipa Pais e José Peixoto juntou-se Mário Delgado nas guitarras, Yuri Daniel no contrabaixo e Quine na percussão.


“Uxu Kalhus”
Uxu kalhus surgiram ligados aos bailes de danças tradicionais, movimento que nasceu em força em Portugal há pouco mais de cinco anos. Neste tipo de espectáculos, o público é convidado a dançar ao som de música de raiz tradicional portuguesa e europeia tocada ao vivo – permitindo o desenvolvimento de danças de roda, cujos passos e movimentos são ensinados no decorrer dos espectáculos.
Uxu kalhus são, acima de tudo, um projecto arrojado e divertido, capaz de apanhar de surpresa os mais distraídos, com incursões variadas pelas músicas populares europeias, imprimindo-lhes muitas cores e feitios, retractando uma espécie de cancioneiro inconformado, em que as sonoridades de raiz tradicional se recriam e entrecruzam nos timbres e ritmos exóticos das percussões, ou no pedal de distorção da guitarra eléctrica…
Este grupo acaba por desenvolver-se na pesquisa de música tradicional europeia e portuguesa, procurando dar-lhe os tons de festa e folia, que era habitual encontrar nos bailes e festas de outros tempos, vistos agora com alguma ousadia e modernidade.
O grupo tem participado em diversos eventos relacionados com as Danças Tradicionais Europeias (Andanças, Entrudanças e outros encontros), tendo também participado no festival de Gennetines, em França, na sua edição de 2000.

“Pula-lhe-o-pé”
O grupo Pula-lhe-o-pé formou-se em Maio de 2003 a partir de um convite para realizar aulas e bailes num festival em Itália no mês de Junho de 2003.
O objectivo do grupo é o de divulgar as danças e a música tradicional da Galiza e Portugal através de oficinas de dança e bailes com música ao vivo orientados para que as pessoas presentes possam realizar as danças propostas.
O repertório é constituído por músicas e danças da Galiza como são as muiñeiras e xotas, marchas, polcas, valsas e xogos todo ele recolhido em diversos trabalhos de campo realizados por Montse Rivera.
As danças portuguesas interpretadas são o Regadinho (dança do Minho), Erva-cidreira do Ribatejo entre outras de Trás-os-Montes e Beiras.
Todas as pessoas do grupo têm experiência nesta na área da dança e música tradicional, fazendo parte, por sua vez, de outras formações musicais.
Entre os espectáculos que foram realizados encontram-se o Festival de danças internacionais Andanças 2003 e a feira gastronómica de Setúbal.


Workshop de Cante Alentejano:
Esta actividade será dinamizada por um grupo coral do concelho de Castro Verde e a exemplo do ano anterior deverá ter lugar numa taberna, já que se trata de um espaço onde o cante sempre teve a sua casa. Efectivamente, é na taberna que ainda hoje se podem ouvir os homens a cantar de forma espontânea, genuína. O objectivo é que o grupo organizador seleccione algumas modas do seu repertório e faculte as letras a todos os que queiram participar nesta oficina de Cante Alentejano, procurando ensinar as melodias e outros aspectos relacionados com a forma do cante coral.
Paralelamente ao objectivo claro desta iniciativa que é o de divulgar o cante alentejano, há também a intenção de mostrar a outros públicos um espaço que sempre teve muita importância na nossa região, mas que tem vindo a perder as suas características mais tradicionais e que tende até a desaparecer, a taberna.

“O Céu da Estepe Mediterrânica"
A calma, o silêncio e o céu da estepe cerealífera de Castro Verde. Noite destinada à observação astronómica, orientada pelo Professor Máximo Ferreira, sessões de planetário, e uma caminhada nocturna onde se poderá ouvir o murmúrio da planície, com especial destaque para a audição de aves de rapina nocturnas. A iniciativa decorrerá no Centro de educação Ambiental do Vale Gonçalinho, propriedade da Liga para a Protecção da Natureza, e tem como especial objectivo chamar a atenção para a mais valia que é o nosso céu, com baixo índice de poluição luminosa.


Workshop de Viola Campaniça:
A Viola Campaniça, instrumento construído artesanalmente, é uma das referências musicais no campo da tradição do Baixo Alentejo. Durante muito tempo esquecida, esta viola acompanhou as modas de despique e baldão que se cantavam sobretudo em momentos de festa, como a Feira de Castro e os arraiais populares. Actualmente poucos são os tocadores deste instrumento, agora com alguma projecção. Assim, este Workshop, conduzido pelos tocadores Pedro Mestre e Manuel Bento, visa transmitir alguns conhecimentos sobre as características da viola, do repertório musical existente e das técnicas de construção. Uma actividade que surge na sequência do novo fôlego que se procura dar à Viola Campaniça, graças ao trabalho de algumas associações.

Polifonias Alentejanas
O concelho de Castro Verde, em pleno coração do Campo Branco, desde sempre se afirmou como o espaço importante no universo das polifonias alentejanas, dinamizando uma tradição que é a sua: um cante que já foi de trabalho, que agora é mais de lazer e convívio, mas sobretudo, e sempre, de afirmação cultural. No concelho existem actualmente oito corais, onde encontramos homens, mulheres e crianças que continuam a cantar polifonias de tradição mediterrânica, alguns deles com provas mais que dadas, participando em projectos de nomes como Janita Salomé ou Dulce Pontes.
Nos dias da Planície Mediterrânica participam os nossos corais, As Camponesas, Os Ganhões de Castro Verde, As Antigas Mondadeiras e as Vozes de Casével, os Cardadores da Sete, As Papoilas do Corvo e as Atabuas de S. Marcos.

Bailes Tradicionais
A actividade consiste em dinamizar algumas danças características de diversas regiões. No caso do Alentejo, há a destacar as danças de roda que tinham lugar nas festas de Verão, à volta do mastro, e que tantas vez foram feitas ao som das vozes que entoavam velhas modas do cante alentejano. Neste caso, será objectivo recorrer ao contributo de um grupo coral que tenha no seu repertório algumas destas modas. Para dar suporte a outras danças serão convidados alguns grupos de música de tradição. Assim, num espaço a designar, actuarão os “Uxu Kalhus” e os “Pula-lhe o Pé”.

Aulas de Dança Tradicional
A dança, tal como outras formas de arte, faz parte do património cultural dum país e cada uma, dependendo do contexto geográfico e sociocultural, tem as suas características próprias que as distinguem umas das outras. Devido ao seu valor, muitos têm sido os estudiosos que se debruçam sobre a pesquisa e recolha de dados que permitem conhecer os seus simbolismos.
À semelhança do ano anterior, a iniciativa será conduzida por monitores com formação que abordarão as danças tradicionais num contexto contemporâneo, procurando transmitir técnicas e ao mesmo tempo aspectos mais gerais de cada dança. Aqui, a iniciativa não se limita ao Mediterrâneo, levando-nos a fazer uma viagem pelas danças de tradição europeia.

Animação de Fim de Tarde
Na Planície Mediterrânica há um espaço dedicado à gastronomia de tradição onde serão servidos os melhores sabores desta cultura. Estes encontros e convívios à volta da mesa, nos quais se pretende evidenciar a importância que a gastronomia assume no quotidiano das gentes da planície alentejana, serão animados com a participação de Grupos Corais Alentejanos, Tocadores de Viola Campaniça, Tocadores de Concertina, etc.

Espaço de Gastronomia
Esta ideia consiste em criar um espaço de Gastronomia Mediterrânica onde serão confeccionados alguns pratos da cozinha alentejana e onde não faltarão também os sabores da cozinha Marroquina, praticando assim, uma dieta alimentar que tem por base ingredientes tão importantes na nossa região como é o caso do azeite e do pão.
Neste restaurante improvisado, serão dinamizadas algumas actividades em torno do cante alentejano e de outras formas de expressão artística tradicionais.